, , ,

Chevette 78 ganha coração V6 da Blazer

Apaixonado pelo Chevette desde criança, quando espiava pela janela de casa um hatch GP2 estacionado ao lado de uma versão sedã amarela, Ricardo Fernandes ganhou o Chevrolet de 1978 das fotos desta página. O presente foi dado por seu tio como reconhecimento à aprovação do sobrinho no curso de engenharia mecânica da Escola Politécnica da USP, em 1992.

Bem conservado, o Chevette foi usado por Fernandes no trajeto entre faculdade, casa e o local onde ele fazia estágio até completar 70 mil km. Com o passar do tempo e o uso diário, a carroceria e tapeçaria se desgastaram, em 2000, o sedã foi reformado pela primeira vez.

“Levei o carro à oficina de um amigo e fiz a restauração com calma. Ele ganhou pintura vinho da Opel e o assoalho do porta-malas foi reconstruído.”

O Chevette recebeu também um “coração” novo: o motor 1.4 original deu lugar a outro quatro-cilindros, mas do Opala. Como resultado, o carro, que contava com 68 cv de potência, passou a dispor de 98 cv. “A instalação foi simples, pois há espaço no cofre”, explica Fernandes.

Dois anos depois, por causa de uma trinca no cabeçote, o Chevette voltou à oficina. “Tive de aguardar o momento certo para recuperá-lo. O sedã ficou encostado na garagem por oito meses”, diz o engenheiro.

A ideia de instalar um motor diferente do original voltou à tona quando Fernandes encontrou um ex-funcionário da General Motors que estava vendendo propulsores Vortec L35 de 4.299 cm³. Feito nos EUA, o V6 a gasolina equipava as versões de topo do utilitário-esportivo Blazer e da picape S10.

O novo projeto previa, além da troca do motor, manter inalterado o visual do sedã. Para isso, o engenheiro tomou o cuidado de não “mutilar” a carroceria e utilizou apenas peças originais da GM.

Segunda vida. Para dar conta dos 263 cv de potência, aferidos no dinamômetro, segundo Fernandes, o sedã ganhou câmbio de cinco marchas, cardã e diferencial vindos do Opala.

A suspensão traseira foi refeita com componentes do Kadett GSi e molas da picape Chevy 500. Para abrigar os freios a disco nas quatro rodas com pinças de Vectra, o engenheiro optou pelas rodas de 14 polegadas do Opala SS, fabricado entre 1971 e 1974. Os pneus são Firestone Firehawk 195/60 na frente e Cooper Cobra 215/60 atrás.

O sistema de alimentação do propulsor também foi substituído. No lugar da injeção eletrônica entrou um carburador Quadrijet, da marca Holley, de duplo estágio.

A cabine do modelo foi quase totalmente preservada. A alavanca do câmbio, por exemplo, mantém no pomo as indicações das quatro velocidades da transmissão original.

A única alteração foi feita no quadro de instrumentos, que ganhou a “relojoaria” da série esportiva GP2. O painel traz conta-giros, indicador de temperatura de água e óleo do motor e vacuômetro. “Vou sempre a encontros de antigos com o ‘Chevettão’. Quando dou a partida, volto a saborear os momentos da minha infância em que eu ficava na janela”, diz Fernandes. 

rentcarswidget.PNG

0 comentários:

Postar um comentário